Desmame do Antonio

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Eu sempre defendi a amamentação prolongada, aliás, continuo defendendo! Não há leite artificial que se iguale ao leite materno, não há alimento no mundo que vá nutrir tanto seu filho quanto o seu leite, não há no mundo justificativas cabíveis para parar com a amamentação por escolha própria, mas eu optei por parar, acredite ou não, mesmo eu tendo plena consciência de tudo isso, eu optei por parar.

 

desmame do Antonio

 

Não quero aqui, influenciar você a parar com a amamentação, pelo contrário, quero te incentivar a continuar com ela. Amamentei o Antonio nos primeiros minutos de vida, segui com a livre demanda até os 19 meses, não tive nenhum tipo de sofrimento no começo dela, eu sabia, tinha certeza que amamentaria e muito meu filho, a única coisa que eu não sabia, é que amamentar cansa, exige 100% de você.

Amamentar é se entregar a um outro ser, é moldar sua vida para aquilo, é escolher uma roupa pensando em como abri-lá na hora do mamá, é não beber álcool por vários anos, ou se beber, ficar com peso na consciência, é não ter liberdade para escolher seus próprios horários, é acordar 6x durante a madrugada e ter que estar disposta logo pela manhã, nada disso me foi falado e acabei descobrindo com o passar dos meses.

Porém, quero que você saiba que isso só me “pesou” depois dos 17 meses do Antonio, até lá, amamentei com muito amor, disposição, convicção e defendendo a amamentação, vou explicar porque tudo mudou.

 

Desmame

 

Talvez esse seja o momento mais egoísta de toda minha vida materna, talvez não! Talvez toda mãe sinta isso, talvez não! Eu não sei explicar, só sei que aprendi que amamentação tem que ser bom para os dois, se não for, não rola!!!

Depois dos 17 meses, Antonio já havia criado um hábito, o de sugar a mama apenas para seu conforto, ele já nem era tão voraz durante a mamada, pelo contrario, mal sugava e já soltava o peito. No começo eu não me importava, porém, o cansaço foi batendo, a obrigação de amamentar a qualquer momento e a qualquer custo (com 17 meses a criança já faz escândalo se lhe é negado algo) foi me deixando exausta e sem paciência, percebi que ele já não usava o leite como alimento, mas sim como um “carinho”, um conforto, e minha ideia de amamentação prolongada foi mudando.

Aos 18 meses, continuávamos com problemas na alimentação, eu já não conseguia estipular regras para as mamadas, ele estava acostumado a livre demanda, não tinha mais como voltar atrás. Começou ai a pressão externa, “ele não come porque mama demais” “blá blá blá… e fui cada vez mais, me incomodando com aquilo.

Entendi ali, que não, não dá pra gente levar a vida materna pensando apenas na criança, não dá pra largar tudo e todos de lado e viver para ser mãe, não dá para esquecer que mãe também cansa e que chegarão horas de esgotamento, não dá pra obrigar toda mulher a amamentar até os 2 anos, não são todas que aguentam o tranco, e eu, não aguentei!

Cansei, não estava legal, não tinha mais prazer e ele me usava como chupeta, nada mais (eu sei sobre todos os nutrientes, benefícios e motivos, esse não é o ponto aqui) ! Quer saber como tenho tanta certeza disso? Olha só como foi nosso desmame.

Deixei o Antonio com minha mãe por 2 dias, nós fomos padrinhos em um casamento e preferi deixar ele em casa. No começo planejei deixar meu leite congelado, mas logo pensei melhor e optei por arriscar, uma semana antes comecei a diminuir a amamentação, eu negava e alguém me ajudava a distrair ele, assim eu consegui amamentar somente pela manhã e na hora de dormir, durante uma semana.

Na hora de viajar deixei um leite artificial (o qual ele não aceitou) e nada mais, instruções de como acalmar ele caso chorasse muito pedindo pelo mamá e quais comidas eram suas preferidas para conseguir distrair nas horas que deveriam ser as das mamadas. Sabe quantas vezes ele chorou por querer mamar ou por sentir minha falta? Nenhuma! Dormiu as duas noites inteiras, comeu como nunca tinha comido na vida e se divertiu como se estivesse comigo, eu não consegui acreditar que ele estava levando tudo tão na boa assim. Sabendo disso, optei por aproveitar esse momento para desmamar.

Chegamos de viagem durante a tarde, ficamos grudados atá a hora de ele ir para a cama e nada de ele pedir mamá, deitei com ele na cama e esperei… nada de ele pedir, fiquei com dó (peso na consciência por ter deixado ele sozinho) e ofereci o mamá, ele mamou por 2 minutos e dormiu, foi ali que percebi que ele já não precisava mais do meu leite, ele se viraria muito bem sem aqueles dois minutos chupetando meu seio.

No dia seguinte ele acordou 7 da manhã, geralmente eu amamentava e voltávamos a dormir, nesse dia resolvi negar… Falei: “Não tem mais nada aqui filho, acabou o mamazinho, agora só tem papá, você quer papá?” Obviamente ele chorou e pediu para sair do quarto, dei o café da manhã e ele esqueceu, não me pediu mais durante o dia. Na hora de dormir foi a mesma coisa, ele pediu, falei que não tinha mais nada e ofereci a chupeta, ele dormiu em seguida, sem reclamar.

Nos primeiros dias ele acabou acordando mais cedo, quando eu negava o mamá ele logo pedia para sair do quarto, mas com o passar dos dias, o horário de acordar foi normalizando, em 3 dias negando, Antonio esqueceu, nunca mais pediu!

Eu tinha me preparado para noites em claro, preparei meu marido, minha mãe… todos! e nada disso aconteceu, ninguém sofreu, ele chorou muitoooooo menos do que eu estava preparada para escutar, ele simplesmente entendeu.

Acho que na idade dele, 19 meses, tudo fica mais fácil, eles entendem TUDO! Porém, confesso que se estivesse sozinha em casa, talvez não tivesse conseguido, a distração com outras pessoas quando eu negava o mamá foi fundamental para dar tudo certo e sem sofrimentos, minha mãe teve um papel fundamental nesse processo, além de ficar com ele durante nossa viagem, pegava ele toda vez que vinha pedir mamá, ele esquecia em segundos!

Sei que a maioria de vocês está aqui procurando dicas de como desmamar, eu jamais pensei que daria dicas para isso, mas depois de entender que mãe não é de ferro e que as vezes precisamos pensar em nós também e não somente nos filhos, resolvi compartilhar minha experiência.

Antonio já não mamava de madrugada desde os 9 meses, veja como fiz o desmame noturno AQUI.

Converse com seu filho, peça ajuda para alguém (o papai pode ajudar na distração, o bebê não pode ficar sentindo o cheiro do leite) e só desmame se você tiver certeza absoluta da sua decisão, assim tudo será mais fácil para vocês dois.

Hoje completamos 1 mês do desmame e meu leite ainda não secou.

 

Beijos

Dani.

 

 

 

 

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4 comentários em “Desmame do Antonio

  1. danikalsovik on

    Oi querida, desculpa a demora em responder! Tomara que tenha dado certo por ai, me conta depois!!!! BEijos e fiquem com Deus.

  2. Carolina on

    Foi tão reconfortante ler sobre isso aqui. A gente só encontra textos falando sobre desmame natural, mas me sinto exaurida, assim como você. Precisava, de verdade, de ler uma experiência assim. Obrigada.

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